
Viajar ou não? É um drama pensar em deixar os bichinhos sozinhos... Mas a colunista Juliana Bussab te ajuda a resolver isso...
Com a proximidade das festas de final de ano e das férias começa a preocupação de todo mundo que tem bichinhos de estimação.
Vou viajar? Quem vai cuidar deles? Será que eles vão ficar bem?
Eu mesma sempre passo por isso. Se viajo, aproveito os primeiros dias, mas depois começa a bater a culpa: eles estão lá sozinhos, será que estão bem? Ligo duas ou três vezes por dia para saber se está tudo certo, mas não relaxo, sabe? Acabo estragando o passeio. Então, prefiro fazer viagens mais curtas. Fico imaginando que um ficou doente, que o outro se machucou... Sabe mãe neurótica que fica imaginando coisas? Eu fico. Xiii... imagino cada coisa que não vou nem falar aqui porque vocês vão pensar: "tá louca essa colunista!".
Mas tem gente que não viaja de jeito nenhum. Não consegue viajar pois não confia em ninguém para cuidar dos bichanos. Uma tia minha é assim. Os gatos são a vida dela. Ela trabalha muito para que não falte nada para eles, para que eles tenham tudo do melhor. Antes de ir trabalhar ela corta carne, frango ou peixe. Tudo de primeira e fresquinho. Na volta, à noitinha, faz a mesma coisa. No sábado, ela vai à manicure, ao supermercado etc. E volta correndo para ficar com os gatinhos. No domingo, ela nem tira o pijama. É dia de curtir os bichanos, 24 horas! Pode parecer exagero, mas deve ser por isso que os gatos dela vivem todos até 20, 21 anos... o que morreu mais novo, morreu com 18 anos. Juro!
E tem aqueles que vão viajar na maior tranqüilidade, relaxam e curtem o merecido descanso. Mas quem está certo e quem está errado nessa história? Ir ou não viajar? E se for, como não se sentir culpado de deixar seu animal tantos dias sozinho?
Muita calma nessa hora: antes de mais nada é perfeitamente normal que você se dê o direito de viajar, descansar, aproveitar a vida. Seu bichinho vai ficar com saudades, vai fazer manha, vai comer menos, vai estranhar, mas ele vai sobreviver!
O importante é que, antes de você viajar, tome todas as providências para o ele ficar bem cuidado. O mais importante é que ele fique na própria casa durante a ausência do dono. Isso vai ajudar a diminuir o estress e a saudade que ele vai sentir. Alguns hotéis têm espaço e estrutura para deixar o gatinho solto, por exemplo. Mas, na maioria, ele fica preso em uma gaiola, e quando dá sorte, tem uma ou duas horas por dia pra ficar solto e esticar as patinhas!
Se for uma viagem curta, de no máximo três dias, você pode deixar o gato sozinho e sem supervisão. CertIfique-se de deixar comida e água de sobra. Coloque muitos potinhos, e uma vasilha pesada de água, porque se ele virar os potinhos, como muitos gatos fazem, ao menos vai ter a água da vasilha pesada. Aumente também as caixinhas de areia, coloque duas ou três ao lado da que ele já usa, assim quando a primeira estiver suja, ele tem as outras opções e não vai fazer xixi e cocô pela casa em represália porque a caixinha de areia está suja.
Ah, e janelas fechadas, portas com trava e eletricidade e gás desligados. Lembre-se do que eu falei sobre ficar imaginando acidentes.
E a culpa? Como qualquer outro sentimento, você vai ter que administrar, afinal, você merece ser feliz. Um adesivo que tenho na geladeira que diz: "Cães têm donos, gatos têm equipe de apoio" sempre me lembra que os gatos prezam a liberdade e a auto-estima, e, se fosse ele que tivesse que viajar, pode apostar que estaria de malas prontas!



Juliana Bussab é jornalista e fundadora da ONG Adote um Gatinho
www.adoteumgatinho.org.br